MANUAL DOS EXILADOS
Só direi no idioma estranho
o necessário para a vida
na terra estranha: qualquer coisa
a mais, e haverei regressado.
Se aqui, neste bosque estrangeiro,
eu encontrar uma só árvore
conhecida, terei perdido
meu tempo, e minha viagem.
Mesmo o encontro vitorioso
dos colegas, que copiavam
minhas tristes dissertações,
apressará a minha volta.
Se não sorrir dentro das sombras
mais densas, do país longínquo,
virão repórteres da inveja
e anotarão o meu sorriso.
E em pouco tempo escutarei
vozes que saem da perdida
pátria distante, reclamando
meu corpo, para a cruz vazia.