UM HOMEM, UMA LUTA
Começava o mês,
setembro atingia o Cotegipe.
A primavera-mata
a primavera verde renova a estação.
Cotegipe a algumas léguas
de Francisco Beltrão.
E Cotegipe então era
a terra da promissão
de quem a terra é amiga,
busca terra de abastança
a terra prometida.
A terra onde começa
outra vez toda a vida.
A força do homem doma
a natureza inimiga. Fica
a terra e a floresta
que é mãe, acolhida.
De costas para o medo
desbravando mata virgem
no mato fazendo guarida
precisamos sempre aceitar
o desafio da inimiga.
Ali o homem da terra
se dá à ocupação
de pesca, caça e alguma horteação
com mulher e seus filhos
em terra de produção.
Acabou tempo da caça
agora é tempo de cria.
Agora em pesca de linha.
Nasce enfim a espiga.
Corria o mês de setembro
no verde Cotegipe:
surgem nuvens negras ao longe.
Não eram de chuva.
Céu que nem chovia
amarrava o coração:
não era água nas raízes da serra;
céu da Companhia de Terras.