TRADIÇÃO
Cheiro de campo no escritório
e em toda parte do país
há vaqueiros extraviados
laçando os ônibus da sorte.
À luz do parque, sobre as gramas
tão proibidas, um cavalo
(todo em bronze) relincha alto
pelas várzeas que já perdeu.
Um seio jovem tem a força
ainda turina dos cercados,
a endurecer-se no automóvel
que marca as fronteiras do além.
E somos governados todos
por um ex-dono de fazenda,
que está um pouco amolecido,
mas ainda sabe dar gritos.
O ex-fazendeiro tem a pata
dourada por cima dos vidros
e de repente tange um homem
como tangia seus novilhos.