tô saturado de todos os códigos
de linguagem
de linhagem
tô com a língua seca
pra lá da cerca
enquanto o futuro do trabalho
continua sendo o salário micha
arrocho
sufoco
insegurança nacional
o fim da miséria
não é o fim da miséria
na calçada um lenço vermelho nega o cimento
Comentário do pesquisador
Poesias de Guilherme Mandaro escritas entre 1970 e 1976. Livros: Hotel de Deus e Trem da Noite, Editora Nuvem Cigana, 1976.