Tempo de rebeldia

Thiago de Mello

TEMPO DE REBELDIA

 

 

O TEMPO do inimigo, quando veio,

parecia que fosse de cuidados.

Era esconder a rosa, companheiro,

e proteger as relvas da ternura

contra o tacão feroz e disfarçado.

Não descuidassem nunca as forças claras

do instante exato de arrojar a luz.

Era uma espera que podia doer,

mas o tempo de amor não tardaria.

 

Não tardará, eu sei, mas descuidaram

não só do tempo, mas até do amor,

cuja canção mais bela foi ferida

pelo ferrão que era encolhido e curvo,

mas foi ficando ousado e tão altivo

que o seu próprio poder foi dilatando

cada vez mais em tempo, cinza e fel.

 

O tempo do inimigo se acrescenta

de tão turvo poder, que está marcando

o tempo do inimigo está marcando

a hora da rebeldia em nosso amor.

 

Mas só o povo é quem pode a rebeldia

quando no peito não lhe cabe a dor

que irrompe e então são águas represadas

que desprendem, no seu volume espesso,

os ímpetos crescidos, despencados

no seu destino imenso de ser livre,

que se expande em fragor de tempestades

e gera brados balizando o rumo

por onde avança o povo rebelado.

 

 

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Coordenação

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Bolsistas de pós-doutorado (CNPq)

Camila Hespanhol Peruchi

Rafael Fava Belúzio

Pesquisadores/as vinculados/as

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Ana Clara Magalhães (UnB)

Cleidson Frisso Braz (Doutorando UFES)

Cristiano Augusto da Silva (UESC)

Diana Junkes (UFSCar)

Fabíola Padilha (UFES)

Francielle Villaça (Mestranda UFES)

Henrique Marques Samyn (UERJ)

Marcelo Paiva de Souza (UFPR/CNPq)

Mariane Tavares (Pós-doutoranda UFES)

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