SONETO INACABADO
Dia a dia a flauta verso gira ao sol
que fere o solo seco das imagens
flauta que arde enquanto sopro só
o nojo e o sublime espedaçados.
ao som solene dos templos das cidades
ao som silente dos rituais nas pedras
sangrando e sangrando as carnes flácidas
da memória arrebentadas hoje.
Dia a dia eu sobrevivo a todos os fogos
que em noites pesadas me encantaram
que em noites antigas me cegavam
e gira a flauta verbo ao fogo
que Prometeu me acorrentou a ele
Lidia Lidia eu sobrevivo a quê?
Paulo Henrique
P.P.R.J.
22/10/77