Deus,
o sangue que jorrou do teu cordeiro
entupiu a boca dos homens
e os ouvidos dos homens
e as narinas dos homens.
Deus,
nada existe?
Tudo é isto:
um punhado de carne entupida pelo sangue
pegajoso que jorrou do teu cordeiro?
Deus,
por que não vens sempre
vestido de gotinhas d’água?
Hoje vieste desfilando sangue, sangue dos
homens.
Sangue do teu cordeiro, Deus!
Sangue que não lava mais
nem purifica:
entope e emplasta e adere
e me provoca
e não cria
e mata!