RÉQUIEM PARA O TIMONEIRO
no espaço
dividido
estou os andaimes podres
cada compartimento meu
mostrando o indefinido
no espaço antigo das memórias
escuta bem
esse que foi canção
e hasteou bandeiras
pelo trigo pelo verde pelo teto.
esse que não consegue dormir
e o sonhar esqueceu
—— ficou velho na espera ——
entoando ininterruptamente
a fria melodia do só:
não rima
não tem estrada
esse cansaço e mágoa.
agosto, 1976