POEMA CÓSMICO
Não há Deus. Não há céu. Não há onze mil virgens.
Nem no espaço sideral pode existir cousa alguma
que o engenho humano não venha a perscrutar:
nebulosas, estrelas, sistemas planetários,
a matéria imortal que precede o pensamento.
Não há Deus. Não há céu. Não há onze mil virgens.
Tão somente há o homem dominando a natureza,
a ciência desvendando os mistérios do átomo,
a derrocada fatal dos senhores da guerra,
o impacto estupendo das forças do progresso,
a inteligência e o amor detendo o cetro do mundo.