PEQUENA ELEGIA I
Um luar permanece
pelas cabeças perplexas
e o vento tange
de leve as roupas frouxas;
esquecidos na noite
da tarde esquecidos
lá vão os homens sem memória,
e os ruídos da tarde
se perdem nos canais subterrâneos.
Na hora em que
curvados regressamos
os homens ganharam seu pão
e estamos sós;
no entanto
componho uma elegia
sobre a cidade
e suas vítimas.
Um silêncio feito
de consentimentos
amaríssimos desejos
perdura em nossos corações
e ninguém rompe
as duras cadeias.
Não ouço um grito
uma voz ou um queixume,
mas a noite avança
para nova aurora.