Ouço ruído de tambores

Eduardo Alves da Costa

OUÇO RUÍDO DE TAMBORES

 

 

 

 

De repente, como um enorme ouriço

atirado para um canto,

a cidade morre,

com o sangue latejando

nos anúncios luminosos.

Nesta hora litúrgica,

ouço ruído de tambores.

Saio então às ruas

e procuro meus iguais,

para juntos sublevarmos a cidade.

Agimos de madrugada,

em pequenos grupos,

e cada comando tem os bolsos

carregados de poemas,

para serem lidos nas esquinas,

furtivamente.

Ah, duros tempos

em que é crime

escrever demasiado claro!

Vem, companheiro;

esgueira-te nas sombras

e atira tua rosa

ao ninho de metralhadoras.

Vamos explodir de anseio

debaixo das pontes

e atacar sem trégua, até o último verso.

Avante, companheiros!

Cantemos bem alto,

que a beleza mata

e o riso fere mais que a baioneta.

 

Levemos de vencida

os velhos renitentes.

Marchemos com um ritmo tão alucinante

que os ancilosados se desmanchem

numa vertigem.

Estalemos os dedos

até a carne verter sangue

e dancemos à volta do inimigo,

incendiando a relva sob os pés.

Venha quem quiser enquanto há tempo;

e saibam todos que, chegada a hora,

não faremos prisioneiros.

 

 

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Coordenação

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Valéria Goldner Anchesqui

Bolsistas de pós-doutorado (CNPq)

Camila Hespanhol Peruchi

Rafael Fava Belúzio

Pesquisadores/as vinculados/as

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Ana Clara Magalhães (UnB)

Cleidson Frisso Braz (Doutorando UFES)

Cristiano Augusto da Silva (UESC)

Diana Junkes (UFSCar)

Fabíola Padilha (UFES)

Francielle Villaça (Mestranda UFES)

Henrique Marques Samyn (UERJ)

Marcelo Paiva de Souza (UFPR/CNPq)

Mariane Tavares (Pós-doutoranda UFES)

Patrícia Marcondes de Barros (UEL)

Susana Souto Silva (UFAL)

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