OCIOSIDADE
A ociosidade nos espreita
de cada canto da cela.
O espírito parece submergir no pântano
que nos rodeia.
A fuga é o campo verde da imaginação
As paredes nos embrutecem
A alma vai fanando-se
tal a nordestina planície
seca sem arbustos.
Sentimo-nos reduzidos
a vermes emparedados
Sem horizonte
definham os olhos
Um dia
serão apenas órbitas vazias.
Vazias de cores
de imagens
paisagens.
Vazias de tudo.
André Borges
PPRJ - 1976