Ocaso Penitenciário
Atravesso os corredores
frios e metálicos
as chuvas carcerárias
batem no cinzento,
pequenos rios
cruzam o pátio.
O ar que respiro
é feito de cimento
os passos em que caminho
não deixam marcas.
Sento na escada
acendo um cigarro
o crepúsculo me contempla
de dentro das guaritas.
Os sentinelas espetam nuvens
na ponta das baionetas
os passarinhos espreitam os guardas
e cagam em seus capacetes.
Tudo isso vejo da escada
nada muda, tudo escurece
trago sem prazer
à paisagem me ofereço.
Um companheiro passa e pede as vinte.