O mercado dos indigentes
agora quando todas as barracas se desarmam
e tomba o madeirame e há vozerio caminhões manobras
agora eles vêm maltrapilhos e curvados
sobre aquilo que ninguém mais quer:
frutas apodrecidas legumes murchos
lixos cores moscas
um odor azedo e doce morno
vê como correm gritam
lutam por uma coisa que nem olharias
vê os gestos sôfregos a antiga figura a fome
palavra que tuas entranhas pouco dizem
agora quase um remorso um lanho em teu rosto