O HOMEM FELIZ
Vai a vida, pouco a pouco
Morrendo nesta prisão
Só não morre o ideal
Que me deu inspiração
Morre a vida, morre o corpo
Apodrecendo na prisão
Só não morre a esperança
Que mantém viva a convicção.
Assim tudo vai morrendo
Pouco a pouco, dentro de mim
Menos a confiança
Deste ideal que não tem fim.
Por isso apesar de tudo
Da dor, e da solidão
No espírito se sedimenta
As sementes da decisão.
Da decisão e da certeza,
De que novos dias hão de vir
Com paz, justiça e amor
Para o homem viver feliz.
São Paulo, 21/07/74