O esporte: a sua prática
Se falo do Vietnã
sentado aqui no Brasil
o bem e o mal são tão claros
como este céu de anil.
Do caso:
tenho uma planta baixa,
tenho uma vista aérea,
tenho o cuspo do homem digno
tenho a baba do homem torpe.
Também eu cuspo
não hesito,
o cuspo mais grosso,
e recuso:
qualquer baba —— a mais doce.
E canto um hino.
E às vezes faço um filme;
pequeno, pouco se enxerga.
Vem alguém e o aplaude,
vem a censura e o apreende.
Não se compreende:
o aplauso / a censura.
Não é cinismo.
A imagem é escura.
Ou clara demais, quase branca
como este preclaro ensaio
que ora escrevo sobre as nuvens.
A conversão dos convertidos
é um movimento circunflexo:
do arremesso: o bumerangue.
Pratico o esporte que posso.
Sim, Bumerangue e Brasil.
Há disto aqui no país.
O esporte que se pratica
No Vietnã: hesito em lhe dar o nome.
Porque hoje estou lá: de súbito
dentro da coisa.
Um pouco do arroz, um pouco da água,
um pouco do oblíquo, um pouco da haste,
um grito, um pouco do timbre,
Ainda um pouco do líquido: não é a água
é o fogo,
afundo: afundamos.
Um pouco do chão, não é muito
de terra firme:
alçapão / sabotagem
dentro das nossas palavras.