O Dono
Eu sou o Dono, e o Filho do Dono. Perante
mim
dobram-se joelhos e giolhos.
Vocês aí, acionem minhas fábricas!
Tu, que és cheio de dedos, aponta os relapsos.
Não faz mal que erres alguma vez. Aponta.
Vós todos, engravidai meus silos, multiplicai
meus rebanhos, e multiplicai-vos, cordeiros meus,
até o possível de vossa miséria. Crescei, gado
meu, até o limite de segurança das cercas.
Bem-aventurados moços e velhos que, por bem
dos fados felizes, tendes a graça de contar-vos entre os meus servos!
Rendei-me, graças não, lucros!
Trabalhai! trabalhai!
Eu? sou o Dono. Cínico rôo o meu ócio. Meu
tédio é meu trabalho. Diuturnos doces tédios meus
das noites multivulvárias, oh amores, ai flores
murchas no colo da aurora, ai suores, fúrias, álcoois!
Trabalhai!
Eu? sou o Dono.