O CORDEIRO E A NUVEM
Os homens plantaram no deserto ásperas maravilhas
Cogumelos de vidro abrem chapéus
de sol
Invertidas funções
chove
embaixo
uma fórmula nova
Os homens semearam mêdo e morte
de instantânea colheita
Mas no deserto onde só
mineral aflora enseiva os caules
e umbelíferas cospem
na bôca dos ventos
letal pólen
nasce um cordeiro
sob a nuvem atômica
O Cordeiro
vida que da morte
explode
Ninguém derruba as florestas
asfixia
Quem pára as máquinas e estende o ouvido cego?
Deserto em flor
cristalígneo
Sarças de fogo
O Cordeiro
balindo