novamente é verão abaixo do equador
novamente veremos debaixo do sol
as variedades dos filmes antigos
saberemos o nome dos ventos
sorrisos muito brancos
dores coloridas
amores impossíveis
segundo os almanaques
colhem-se feijão milho abóbora e manga
não se cortam madeiras
nem se deitam galinhas ou outras aves
as ruas avenidas e ônibus
tornam-se insuportáveis
como já sabiam os índios daqui
que não faziam cidades
Comentário do pesquisador
Poesias de Guilherme Mandaro escritas entre 1970 e 1976. Livros: Hotel de Deus e Trem da Noite, Editora Nuvem Cigana, 1976.