MONÓLOGO DA CONSOLAÇÃO
Chora não companheiro
que o pranto resolve nada.
Os mortos continuam mortos
a vida continua vida
e o riso sem graça.
Olha: a dor não é nova.
Trouxemo-lá de longe
reclusa no peito.
A caminhada é antiga!
tantos anos tivemos
os pés movediços na areia.
Nada vai mudar agora
chorar as cruzes
porque visíveis na estrada.
Guarda então tuas lágrimas.
E te encontrarás no teu tempo
em tua vida
cerrando punhos e dentes
esmurrando paredes.
Francisco de Assis Barreto
da Rocha Filho
Itamaracá - PE