Minha Pátria
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PALMAS DE Santa Rita
Para minha Pátria,
Pátria de ciclones,
Solitária Pátria
Do amor dos homens.
Como te sinto naufragada
Sob êstes campos abertos
Ao vento da loucura.
Estepes de gêlo e indiferença
Cobrem a minha Pátria.
Seriemas perdem-se pelo sertão.
A fome galopa seu corcel
E ceifa tôda esperança
De ressurreição.
Descem nos rios gaiolas
Sem destino algum,
E pelos pampas a faca
Reparte o frio e a solidão.
Lagoas paradas,
Telefones que esperam
Uma palavra,
E esperam insones
O que arde em nós.
(Mas quanto é triste
E quanto tarda).
Nas noites estreladas, porém,
Guardo de ti, minha Pátria,
Uma profunda calma:
E o que é mais distante
Talvez esteja próximo.