meia-noite. 16 de junho
Não volto às letras, que doem como uma catástrofe. Não escrevo
mais. Não milito mais. Estou no meio da cena, entre quem ado-
ro e quem me adora. Daqui do meio sinto cara afogueada, mão
gelada, ardor dentro do gogó. A matilha de Londres caça minha
maldade pueril, cândida sedução que dá e toma e então exige
respeito, madame javali. Não suporto perfumes. Vasculho com
o nariz o terno dele. Ar de Mia Farrow, translúcida. O horror dos
perfumes, dos ciúmes e do sapato que era gêmea perfeita do ciú-
me negro brilhando no gogó. As noivas que preparei, amadas,
brancas. Filhas do horror da noite, estalando de novas, tontas de
buquês. Tão triste quando extermina, doce, insone, meu amor.