JOSÉ MONTENEGRO DE LIMA (*)
1. Quando o sorriso apagou
no horizonte dos lábios,
tombaram duas estrelas
invisíveis, dos seus olhos.
Os torturadores não puderam evitar
que a luz escorresse,
varasse os cadeados.
Lima,
isso é poesia.
É verdade que a morte
não teve a ternura
que você andou repartindo.
Foi um assalto na esquina,
mas não conseguiu alterar
a perspectiva golpeada
da manhã inevitável.
Os amigos mantêm-se confiantes
na mesma casa que a liberdade visitava
nas noites de sussurros.
A chave no seu bolso
permaneceu inútil para o ódio
que pretendia invadir o aparelho
onde desatamos o rio,
irrigamos o amor.
2. A previsão nos acompanha
mesmo entre inimigos e torturas.
A sua alegria de trigo