Iniciação do prisioneiro

Thiago de Mello

INICIAÇÃO DO PRISIONEIRO

 

 

(Poema escrito a 21 de novembro de

1965, numa cela do Quartel da Polícia

do Exército, no Rio de Janeiro, ao qual

o autor foi recolhido por haver partici-

pado de uma manifestação contra a di-

tadura, em frente ao Hotel Glória, no

instante mesmo em que ali chegava o

ditador para inaugurar a Conferência

da OEA. Desse protesto participaram, en-

tre outros, os companheiros Antônio

Callado, Jayme de Azevedo Rodrigues,

Carlos Heitor Cony, Márcio Moreira Al-

ves, Flávio Rangel, Glauber Rocha, Joa-

quim Pedro de Andrade e Mário Carnei-

ro, todos eles presos —— e aos quais é

dedicado este poema.)

 

 

É PRECISO que Amor seja a primeira

palavra a ser gravada nesta cela.

Para servir-me agora e companheira

seja amanhã de quem precise dela.

 

Não sei o que vai vir, mas se desprende

dessa palavra tanta claridão,

que com poder de povo me defende

e me mantém erguido o coração.

 

No muro sujo, Amor é uma alegria

que ninguém sabe, livre e luminosa

como as lanças de sol da rebeldia,

que é amor, é brasa e de repente é rosa.

 

 

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— Colofão

Coordenação

Marcelo Ferraz (UFG/CNPq)

Nelson Martinelli Filho (IFES/UFES/CNPq)

Wilberth Salgueiro (UFES/CNPq)

Bolsistas de apoio técnico (FAPES)

Juliana Celestino

Valéria Goldner Anchesqui

Bolsistas de pós-doutorado (CNPq)

Camila Hespanhol Peruchi

Rafael Fava Belúzio

Pesquisadores/as vinculados/as

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Ana Clara Magalhães (UnB)

Cleidson Frisso Braz (Doutorando UFES)

Cristiano Augusto da Silva (UESC)

Diana Junkes (UFSCar)

Fabíola Padilha (UFES)

Francielle Villaça (Mestranda UFES)

Henrique Marques Samyn (UERJ)

Marcelo Paiva de Souza (UFPR/CNPq)

Mariane Tavares (Pós-doutoranda UFES)

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