A edição consultada é a reunião de poemas de Kiko Ferreira, obra nomeada "Tempo diverso". Dentro dela, consta o primeiro livro do poeta, "Cordiana", de 1982. Este livro é o mencionado aqui.
festiva
liberais pessoinhas
como formigas
indo e vindo em frentes
de combate ao prazer
de prazer político
de votar nas massas
(mesmo que afogadas em ketchup)
Comentário do pesquisador
Na apresentação do livro "Cordiana", Guiomar Sant'anna Murta afirma: "Se não posso ser livre, quero ser poeta - parece ser esta afirmativa que se escoa na procura, nos questionamentos e na perplexidade do poeta Kiko Ferreira". Quanto ao poema "festiva", nele há uma ironização de práticas políticas e cotidianas das "liberais pessoinhas", sendo o texto uma espécie de sátira de tais "pessoinhas". Elas são tratadas como formigas (seres menores) que andam dentre as frentes políticas de combate ao prazer político, isto é, em uma leitura que leva em conta as posturas do eu lírico de modo mais amplo, pessoas que se posicionam a favor da ordem vigente na época, a Ditadura Militar, ou ainda, mais precisamente, pessoas que estão afogadas, se lambuzando com prazer, em sangue (metaforicamente o ketchup). É claro que essa leitura contextual é sempre aberta a outras interpretações; no entanto, de modo mais largo, cabe lembrar outros poemas do livro, nos quais o poeta também se posiciona à esquerda, tal como se vê em "manchete".
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— Financiamento e realização
Projeto de pesquisa que visa criar um repositório de poemas brasileiros que retrate a vida no país durante a ditadura militar, contando com pesquisadores de várias instituições e estados, aberto à colaboração de leitores e estudiosos para sugerir poemas a integrar o levantamento
Comentário do pesquisador
Na apresentação do livro "Cordiana", Guiomar Sant'anna Murta afirma: "Se não posso ser livre, quero ser poeta - parece ser esta afirmativa que se escoa na procura, nos questionamentos e na perplexidade do poeta Kiko Ferreira". Quanto ao poema "festiva", nele há uma ironização de práticas políticas e cotidianas das "liberais pessoinhas", sendo o texto uma espécie de sátira de tais "pessoinhas". Elas são tratadas como formigas (seres menores) que andam dentre as frentes políticas de combate ao prazer político, isto é, em uma leitura que leva em conta as posturas do eu lírico de modo mais amplo, pessoas que se posicionam a favor da ordem vigente na época, a Ditadura Militar, ou ainda, mais precisamente, pessoas que estão afogadas, se lambuzando com prazer, em sangue (metaforicamente o ketchup). É claro que essa leitura contextual é sempre aberta a outras interpretações; no entanto, de modo mais largo, cabe lembrar outros poemas do livro, nos quais o poeta também se posiciona à esquerda, tal como se vê em "manchete".