EXÍLIO
a G. Deisler
I.
eles disseram que eu devia partir
que eu devia partir e não mais retornar
que era o veneno na artéria da cidade
que meu nome era seta, corte
que meu poema era dor,
sangria.
II.
agora a avenida que desemboca no mundo
move suas margens para me bloquear
o poema que eu imaginava perde todos os sentidos
homens invisíveis atam placas em meu rosto
agora não sei o que fazer do destino
——clandestino
a partida agora é dúvida
atracado um navio aguarda-me na esquina