eu não vou dividir minha solidão com você
as cores na mesa são mais reais
que qualquer sentimento ou dúvida
o dia se passou na máquina
entre espiadas pela janela
até escurecer
pela janela a noite chegou
a hora de espiar pela janela
esquecer o dia
pela janela
pela noite
o dia se passou pela máquina
até que pela janela
a noite
e o dia
abertos pela janela
Comentário do pesquisador
Poesias de Guilherme Mandaro escritas entre 1970 e 1976. Livros: Hotel de Deus e Trem da Noite, Editora Nuvem Cigana, 1976.