ESTIO
Tormento…
É essa noite de estio
onde mãos buscando mãos
só encontram o vazio.
Onde olhos buscando olhos
não veem sequer estrelas…
Onde num olhar reto
vislumbro de minha cela
um céu de concreto.
Tormentosa noite de estio…
Tic… tac… tic… tac…
São os passos das horas…
E tuas mãos não vêm…
No meu leito deserto
abraço o corpo da noite,
beijo a minha fantasia…
Aquentando-me em meus braços
sufoco os tormentos
dessa noite vazia.
André Borges
Pen. Lemos de Brito - 1968 - Rio