Que tempos:
Quanto mais eles aprendiam a não deixar marcas,
mais a gente ficava marcado.
Hoje vivemos a abertura
de portas fechadas
mas breve
por incrível que pareça
faremos nossa reestréia
como cidadãos desse país
e andarei pelas ruas
sem ter o corpo decorado de equimoses
protegido pela Constituição e felicíssimo
um tanto perplexo, confesso,
com esse estranho direito de ir e vir
em levar um pau.
Ah, a liberdade é uma deliciosa extravagância
prá gente trincar forte nos dentes
como um drops Dulcora de morango.