decorando o tratado de tordesilhas
olhos furtivos entre as frestas
vislumbre de par de coxas construindo um túnel
é a memória vândala de um croquete
o pensamento vago de um colecionador de caixas de fósforo
a procura da felicidade na costa do marfim
o fim de tudo num butiquim da rua do acre
semelhante a procurar as calças do imperador
nenhum interesse maior
lá se vão os aviões de propaganda sobrevoando as cabeças
lá se vão os contrabandistas com seus ternos de pelo de vira-lata
grande bravata
a língua eficiente do amante colore o horizonte
chega mais perto do seu ouvido surdo
mas a selva continua intacta com seus cabelos eriçados
enquanto são servidos os coquetéis na praça paris
e a cidade colhe com surpresa uma rajada violenta
destruindo o que restava das palafitas parafilmes paratodos
sempre