Se lhe fosse dada a oportunidade
De tudo recomeçar
Faria tudo que fêz na vida
Pois não há do que se lamentar
Defendeu um ideal
Que a humanidade vai conquistar
Foi preso, foi torturado
Mas sem nunca recuar.
Afinal a vida avança
E quem com ela não avançar
Será apenas um vivo morto
No meio dos vivos a vagar.
E isso ele compreendeu
E por isso nunca recuou
Pois antes ser um morto vivo
Que um vivo morto na multidão.
Assim é que traçou seu rumo
E seu destino edificou
Por cima de pau e pedras,
As vezes se rastejando
Porém nunca recuou.
Canoas-RS, 16/12/78
Comentário do pesquisador
No penúltimo verso, "As vezes" não está grafado (como se observa na transcrição).