CONVERSA COM AGENOR*
Certo, Agenor, os pombos
se afogam num copo d'água
e alto rumor que havia
pinga no extremo das asas.
Abraçados ao frio,
morrem os meus inocentes.
— Para que armas tão grandes,
se o frio é suficiente?
São pequenos. Seus corpos
parecem estar à margem;
entanto, na poesia
e no abismo, todos cabem.
Certo, Agenor, mais tarde
virão os novos e os livres
e, fortes, restarão
ilesos sob um dilúvio.
Por enquanto, o homem bambo,
sob uma faixa de chuva,
dobra os joelhos e morre,
em pouca água, como os pombos.