CONFRATERNIZAÇÃO
Braços caídos.
Não mais as mãos nervosas das tecelãs tocando os teares,
pondo emendas no fio.
Não mais o matraquear dos teares batendo
num barulho monótono, ensurdecedor.
Apenas braços caídos,
as operárias pensando nos filhos com fome.
Depois vieram os soldados,
fuzis embalados,
defender a propriedade do dono da fábrica.
Mas também tinham filhos,
mães, noivas, irmãs.
A fome era a mesma nos seus lares também.
E as tecelãs os saudaram
chamando-os de irmãos.
Agora na fábrica há braços erguidos,
aclamando,
e há mãos se apertando.