CONCLAMAÇÃO
Poeta
a ti cumpre escrever
o trágico poema
desse tempo submerso.
Mesmo que te doa
a lembrança
resgata o suprimido verso
sem omitir nenhum instante.
É preciso desvendar
o subterrâneo
desse circo de horrores
para que ele seja
cada vez e sempre
uma coisa insuportável.
Aquiraz, abril de 1979