O poema “Black-gold” integra o volume “131-D, Linhares: memorial da prisão política”, publicado por Gilney Amorim Viana em 1979. Na introdução do livro, o poeta relata sua militância política, seu envolvimento na luta armada contra a ditadura e as duas ocasiões em que foi preso. Embora o livro seja predominantemente constituído por textos em prosa, há três poemas, posicionados no início e no final da coletânea. Escritos durante o período de cárcere político, esses poemas apresentam as preocupações, os problemas e a vida cotidiana dos presos políticos vitimados pelo aparelho repressor da ditadura.
Gilney Viana ingressou no Partido Comunista Brasileiro ainda muito jovem. Em 1964, foi preso pela primeira vez, aos 18 anos. Foi levado para o DOPS e passou por interrogatórios e espancamentos; essa primeira prisão durou 14 dias. Depois, diante da impossibilidade de exercer livremente a oposição política e a expressão de ideias durante a ditadura, violenta já desde o início, Gilney e vários outros militantes, inconformados com a realidade política e social do país, integraram uma organização de luta armada ligada à Ação Libertadora Nacional (ALN). Preso pela segunda vez em 1970, foi barbaramente torturado por muitos dias no DOI-Codi do Rio de Janeiro. Condenado, passou por várias prisões, detido por mais tempo na Penitenciária Regional de Juiz de Fora (bairro Linhares, em MG) e no Presídio Político da rua Frei Caneca (Rio de Janeiro). Durante os quase 10 anos em que ficou preso, redigiu poemas e relatos em prosa. Participou ativamente da campanha pela Anistia Ampla, Geral e Irrestrita, mas não foi beneficiado pela anistia parcial autoconcedida pelo governo do General Figueiredo. Foi solto em liberdade condicional no final de 1979 e continuou sua militância política, participando da fundação do Partido dos Trabalhadores, o PT.
Em 2011, o poema foi reeditado no livro "Poemas (quebrados) do cárcere" (p. 71).
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— Financiamento e realização
Projeto de pesquisa que visa criar um repositório de poemas brasileiros que retrate a vida no país durante a ditadura militar, contando com pesquisadores de várias instituições e estados, aberto à colaboração de leitores e estudiosos para sugerir poemas a integrar o levantamento
Comentário do pesquisador
O poema “Black-gold” integra o volume “131-D, Linhares: memorial da prisão política”, publicado por Gilney Amorim Viana em 1979. Na introdução do livro, o poeta relata sua militância política, seu envolvimento na luta armada contra a ditadura e as duas ocasiões em que foi preso. Embora o livro seja predominantemente constituído por textos em prosa, há três poemas, posicionados no início e no final da coletânea. Escritos durante o período de cárcere político, esses poemas apresentam as preocupações, os problemas e a vida cotidiana dos presos políticos vitimados pelo aparelho repressor da ditadura. Gilney Viana ingressou no Partido Comunista Brasileiro ainda muito jovem. Em 1964, foi preso pela primeira vez, aos 18 anos. Foi levado para o DOPS e passou por interrogatórios e espancamentos; essa primeira prisão durou 14 dias. Depois, diante da impossibilidade de exercer livremente a oposição política e a expressão de ideias durante a ditadura, violenta já desde o início, Gilney e vários outros militantes, inconformados com a realidade política e social do país, integraram uma organização de luta armada ligada à Ação Libertadora Nacional (ALN). Preso pela segunda vez em 1970, foi barbaramente torturado por muitos dias no DOI-Codi do Rio de Janeiro. Condenado, passou por várias prisões, detido por mais tempo na Penitenciária Regional de Juiz de Fora (bairro Linhares, em MG) e no Presídio Político da rua Frei Caneca (Rio de Janeiro). Durante os quase 10 anos em que ficou preso, redigiu poemas e relatos em prosa. Participou ativamente da campanha pela Anistia Ampla, Geral e Irrestrita, mas não foi beneficiado pela anistia parcial autoconcedida pelo governo do General Figueiredo. Foi solto em liberdade condicional no final de 1979 e continuou sua militância política, participando da fundação do Partido dos Trabalhadores, o PT. Em 2011, o poema foi reeditado no livro "Poemas (quebrados) do cárcere" (p. 71).