atrás
dos prédios adivinho a sombra
da lua baça presa no concreto
dança e voo imóvel sobre o medo
e o teto inexistente da cidade
atrás
do duro sonho de edifícios
passa um feto de satélite
descubro o duende difícil intercalado
e doo em mim ao projetar o tédio sobre a festa
feita em pedra de luz da noite casta
e onde se quebra o vasto peso do projétil
o leite em lua deita indiferente
ausência gasta
entre o tátil que me perde sem perder-me
e o verme louco da vontade
me afasto percebendo toda inútil
a gorda mancha esvaziada
talvez desconhecendo o medo vivo
deixe indelével um rastro na calçada