Amanhã
Transitamos da treva
para a penumbra e deslumbramo-nos.
No entanto,
é nascituro o dia. Ainda
do barro a seiva grossa
dilui as iluminações do Verbo. Ainda,
com os instrumentos de Caim, semeamos
nossas torres babélicas. Ainda
a intra-uterina treva. Tempo ainda
de iniqüidade e medo. Tempo
de delação. Tempo de ódios ovantes
e de amor subjacente.
— Tempo de rebeldia. —
Oh, duro ainda tempo
de gestação, e amargo,
— hoje não, amanhã,
amanhã nasceremos!