ALEGORIA RURAL-URBANA
(Rio Branco, 22/8/80)
Uma grande
e respeitável serpente
mastigava, ontem,
o focinho de um porco vivo;
engolindo os guinchos
gordurosos, inclusive,
tornava a morte
uma dura sucessão
de baques surdos,
que só na perícia
dos estranguladores urbanos
consegue-se, como se diz,
algum nível passável
de comparação;
assim se mata
com o máximo de violência
e perfeição.