A um camarada

José Emilson Ribeiro da Silva

A UM CAMARADA

 

Tempo muito já se foi

que de nós partiste

e nenhuma lágrima caiu

senão de parentes próximos

e companheiros teus.

 

Teus pais distantes

talvez alegres estivessem

porque da tragédia inconscientes

pra depois os lamentos

carpidos da cova ausentes.

 

Teus irmãos na luta feroz

logo souberam e mortificados sentiram

nos aparelhos distantes e ruas frias

caminharam com a alma chorando e

só o amor ao ideal, firme os mantinha.

 

E gotas pingentes dos olhos

mananciais de incontidas emoções

nas celas de suplícios olhar distante

perdido entre lágrimas lentas vazadas

do burburinho do peito na saudade presente.

 

Se nas dores dos suplícios gritos partiam

eram nas pausas as torturas que

no remoer dos atos e ordenação dos fatos

as lágrimas das saudades mortificantes

na cela exígua e solitária escorriam.

 

Teus companheiros, Lisboa

que chorar saudades souberam

não te seguiram os passos

na dedicação subterrânea da luta

ficando somente, teus feitos que

anonimamente o povo absorveu.

 

Camarada e irmão identificados

na luta, aspirações e atos que

nos fraternizou nas ações e no riso

no levar consciência ao povo

pouco a pouco mas sempre, e hoje

o lamento de não poder levar

ao teu túmulo simbólicas flores.

Da cova anônima e rasa

em que plantado foste

germinarás nos peitos sãos

dos desprovidos de vaidades infandas,

até sempre camarada

  ainda somos irmãos...

 

 

   Ao camarada e companheiro,

insígne revolucionário assassi-

nado sob torturas que lhe trou-

xeram a putrefação física an-

tes mesmo de expirar. 04/09/77,

quarto aniversário de sua morte.

Itamaracárcere, Emil

 

 

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