9… 8… 7…
Esta é a hora das últimas, amaríssimas fezes.
Babel é agora!
Nunca que nos entendemos,
nosso forte não é decifrar os códigos.
Mas na verdade não nos dispersamos: na verdade
convergimos cegos e surdos, aos gritos —— mudos ——,
admiravelmente sincronizados para a obra.
(A Torre está quase pronta, breve explodirá.)
Nos une a discórdia, o ódio nos cimenta.
Consenso, amor, ó mitos! que mais alta
concentração de forças produzistes?
Babel é desde sempre e agora.
Nossos pés nos levam caminhos mecânicos
e bem sabemos aonde nos precipitarão.
Atenção, alto! Ouvi: esta é a hora dos discursos belíssimos,
dos comícios sem polícia, dos diálogos nas ágoras,
frontes cingidas de oliveira. Mas
Mas
Toda linguagem dissipou-se. Das
palavras nos fitam com malícia
novos e ásperos inquilinos. Cada
vocábulo é também um conflito.
A pomba da paz comeu o ramo de oliveira
e recolheu-se à arca. Olhem,
se antes não a devoram as harpias,
na certa vai morrer de indigestão.
Pois esta é a hora de Babel
e sua Torre.
… 6… 5… 4…
—— Ainda não explodiu?
—— Uma pequena gentileza do mecanismo.
Amanhã seremos bichos
dolorosamente nidificando entre as ruínas.
Ou não seremos. E é o mesmo.
OU…
Sim, esta é a hora. De quê, mesmo?
(NÃO) NOS ALIE (NE) MOS.
Ouço que não me entendem. Aliás…
Aliás,